sexta-feira, 16 de maio de 2008

WALTERCIL FONSECA DEIXOU SAUDADES

O tempo passa, dizia o saudoso mestre, Fiori Gigliotti. Muitas vezes passa rápido demais, outras vezes, como um infortúnio, passa lento, se arrastando e fazendo escoriações pela nossa vida afora. Acho que assim será para mim, para meu dileto amigo Ivan Vieira, para os muitos amigos e familiares do nosso querido e fraternal Waltercil Pereira da Fonseca. Recordo, com muita emoção e saudade dos maravilhosos anos da década de 70 quando cheguei em Porangatu, adolescente, cheio de sonhos e muitos desejos. Foi logo fazendo muitas amizades. Nunca tive distinção de idade, cor ou classe social, meu lema era construir bons e belos relacionamentos. Foi assim que conheci meu grande amigo Waltercil. Lembro-me como se fosse hoje, juntamente com o inseparável amigo Ivan, subíamos nos postes da CELG com autorização do prefeito, Luiz do Gote, para fazermos a extensão dos fios "drops" que iria nos permitir instalar o primeiro veículo de comunicação do Norte-Goiano, saudoso Uirapuru Som e Publicidade. Foi naquela época que conhecemos o nosso "Quiridinho", assim ele me chamou, durante toda nossa convivência. Nosso primeiro contato deu-se quando o primeiro programa foi ao ar, pelos microfones do Uirapuru. Certo dia, sai para captar anuncios para os nossos programas quando, percorrendo a avenida federal, me deparei com uma loja que tinha um nome interessante e hilário, KiKi Loja. Ainda sem muita tarimba titubeei, mas entrei e no fundo da loja, enrolando tecidos em papelotes, um senhor branco, magrelo e de óculos. Fiquei estático, sem saber o que falar, mas logo a paralisia foi quebrada,o senhor sorridente se dirigiu a mim dizendo:”Você é o companheiro do Ivan, filho da Alice do Hotel? São vocês quem estão montando esses auto-falantes que fazem uma "zueira" infernal?”. Meu sangue subiu todo para a cabeça e, sem pestanejar, soltei um monte de impropérios. Ele sorriu e disse: “Você é muito esquentado, um propagandista não pode ser assim!”. Fiquei paralisado, mais uma vez, e ele continuou: Olha! - disse Waltercil - acho esse negócio barulhento, mas é bom, pois a gente pode ouvir uma boa música e ficar sabendo das fofocas da cidade! Minha guarda se abriu e vi no “Quiridinho” minha porta de entrada para o mundo da mídia. Ele nos deu nosso primeiro comercial e ali nascia uma grande amizade. Durante mais trinta anos aprimoramos, cultivamos e nos enriquecemos com nosso relacionamento. Fomos amigos incondicional, fui iniciado na Maçonaria por ele e sua família, enfrentamos dificuldades, oposição, preconceitos, mas jamais nos demos por vencidos. Waltercil era um forte, tinha uma dor de cabeça crônica que faria com que muitos entregassem os pontos, mas ele resistia às crises, enfrentava as adversidades, juntamente com sua incomparável e admirável companheira Madalena. Tinha pouca escolaridade, mas era imbatível na astúcia e articulação. Vi muitos guerreiros paramentados cavar masmorras para ele, mas ele com sabedoria salomônica construía templos as virtudes. Ele sempre me dizia que era necessário construir templos de fraternidade, igualdade e justiça. Waltercil nasceu para enfrentar e vencer desafios lutou contra doenças, paradigmas, prepotência, soberba e injustiças. Mas era provido de áurea celestial, por isso,jamais foi vencidos por seus escarnecedores. Mas há tempo para nascer, viver e partir para o Oriente Eterno. E sua hora chegou, foi chamado por Deus para ocupar um lugar no conselho dos mestres no capitulo da abobada celestial. Waltercil, eu queria e gostaria de relatar muitas passagens belas de nossa amizade, infelizmente não existe tinta, espaço e tempo suficiente para contar todas as coisas belas de nossa convivência, fica aqui meu tríplice e fraternal abraço. Com certeza, nos encontraremos no Oriente Eterno e lá serei recebido por você, como na primeira vez, em minha iniciação, conduzido pelos irmãos Eurípedes e Waldimir que chegaram lá antes de ti, que com certeza serão os mestre de cerimônia de minha elevação ao encontro do pai Celestial. Continue querido, galgando a escada de Jacó...Saudades...

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